Motor Scania de 13 litros – um passo em frente no gás para o transporte de longo curso

O interesse em trabalhar com veículos movidos a biogás ou a gás natural é cada vez maior nos mercados europeus, em resultado de uma cada vez maior disponibilidade, de infraestruturas crescentes e de uma economia de exploração favorável para os transportadores. Naturalmente que os aspetos relacionados com a sustentabilidade também são importantes, pois mesmo para os motores que funcionam a gás natural há uma redução de CO2 de cerca de 15 a 20%.

Tecnologia subjacente
Os motores a gás Scania baseiam-se na combustão estequiométrica – i.e., combustão completa do combustível e do oxigénio. A combustão começa com o uso de velas de ignição, como nos motores a gasolina, e a pré-mistura do combustível decorre antes da entrada nos cilindros.

“Um objetivo importante para nós no trabalho de desenvolvimento tem sido assegurar a melhor manobrabilidade possível, de modo a fazer corresponder o seu desempenho e características àquilo que se espera de um motor diesel moderno,” explica Folke Fritzson, Engenheiro Sénior do setor de Investigação e Desenvolvimento da Scania e que tem estado envolvido no desenvolvimento dos motores a gás Scania.

O novo motor de 13 litros a gás funciona sempre em combinação com o Scania Opticruise, a caixa de velocidades automática da Scania. Isto significa, é claro, que o condutor dispõe de mudanças de velocidades e de conforto numa condução de primeira classe, com seleções de velocidades sem hesitações.

Depósitos bem pensados
O tipo de soluções de depósitos disponíveis é sempre um aspeto importante nos motores a gás. Tanto os depósitos de GNL (gás natural liquefeito) como os de GNC (gás natural comprimido) podem ser encomendados diretamente à Scania. O GNL proporciona sempre uma maior amplitude, devido ao facto de poder ser obtida uma quantidade significativamente mais elevada de combustível.

“Uma vez no motor, não importa como o gás é armazenado, mas existem diferenças significativas na escala de autonomia que é obtida com cada solução,” afirma Fritzson. “Com GNL obtém-se uma autonomia de 1100 km para um típico trator com semi-reboque em estrada plana. Mas a solução de GNC, que normalmente proporciona autonomias de até 500 km, também é mais do que suficiente para muitos clientes, como aqueles cujo trabalho implica uma atividade regional, com regresso diário à base e ao ponto de reabastecimento. Porém, o número de quilómetros que pode ser percorrido com um depósito cheio depende também do tipo de operações envolvidas e do maior ou menor relevo do percurso.”
No caso dos vehiculos rigidos, se o espaço disponivel entre eixos o permitir, poderemos chegar a autonomias até 1.600Km

Um aspeto particular da segurança é o facto de os engenheiros da Scania terem invertido a posição das válvulas do depósito de combustível, afastando-as da direção da viagem. Trata-se de um pormenor aparentemente simples, mas bem pensado, que reduz o risco de as válvulas sofrerem danos devido a eventuais impactos do exterior.

Enorme potencial para mais tempo de atividade com Planos Flexíveis
A Scania oferece a Manutenção Scania com Planos Flexíveis, também para a gama dos motores a gás. Pode ser alcançada uma precisão de manutenção significativamente maior, baseada no padrão de utilização real do veículo, graças a um controlo contínuo através da conectividade. A solução assegura que todos os camiões recebem exatamente a manutenção de que necessitam, no momento certo, reduzindo desse modo o tempo de oficina e aumentando o tempo de atividade, comparativamente aos planos de manutenção fixos.

"Existem vantagens óbvias para o cliente," afirma Anders Ekström, Diretor de Conceitos de Serviço da Scania. “Em vez de os clientes terem de estar atentos aos intervalos de assistência fixos, o seu concessionário Scania contacta-os para agendarem uma hora conveniente para uma visita à oficina. Os intervalos de manutenção podem ir até aos 60,000 km.”

Os motores a gás que operam de acordo com o princípio de Otto (com pré-mistura de combustível e velas de ignição) têm intervalos de assistência mais curtos do que os motores a diesel. No entanto, a Scania conseguiu um intervalo significativamente mais alargado graças ao tempo de vida das velas de ignição:

“Regra geral, os intervalos de mudança das velas de ignição são agora de 45,000 quilómetros, o que representa um aumento de 50% em relação às anteriores gerações de motores a gás,” declara Ekström.

“Tudo indica que, numa série de mercados, estamos a dar um passo importante com os motores a gás, incluindo nos camiões mais pesados, de longo curso, e nos veículos destinados ao sector da construção,” declara Henrik Eng, Product Director Urban, Scania Trucks . “Já ninguém precisa de abdicar de características como uma boa manobrabilidade ou o conforto do condutor. Ao mesmo tempo, vemos que uma infraestrutura em rápido crescimento caminha de mãos dadas com um interesse crescente entre os potenciais clientes que começam a utilizar todo o gás disponível numa série de mercados na Europa.”

Os motores a gás são geralmente mais silenciosos do que os motores a diesel, sendo por isso mais adequados para os ambientes urbanos. Espera-se que os novos motores a gás Scania Euro 6 satisfaçam os requisitos da norma PIEK de controlo do ruído, que estabelece um nível de ruído não superior a 72 dB(A) em áreas com limites de ruído restritos.

OC09 – uma verdadeira unidade de potência
Enquanto o OC13 está a fazer a sua estreia, o OC09 está igualmente a ser apresentado na nova geração de camiões, numa versão parcialmente atualizada. Anteriormente a Scania já tinha trazido motores que funcionavam a biogás ou gás natural e que cumpriam a norma Euro 6. São os famosos motores Scania de 9 litros, com cinco cilindros em linha, que, tal como os seus parentes maiores, funcionam segundo o princípio do Otto e que podem ser instalados em todos os tipos de veículos a gás.

No característico estilo Scania, apresentam um binário excecionalmente elevado para este tipo de motor, o que os torna úteis numa série de diferentes aplicações. Como os motores a gás são geralmente mais silenciosos do que os motores a diesel, também funcionam em ambientes urbanos sensíveis, para diferentes tipos de distribuição ou aplicações de manutenção, especialmente durante a noite. Todas as três motorizações a gás Scania Euro 6 obedecem igualmente aos requisites da norma PIEK de controlo do ruído, que estabelece um nível máximo de 72 dB(A) em zonas com um risco de perturbação elevado.

A utilização de gás natural nos depósitos reduz as emissões de CO2 em 15 a 20%, enquanto a utilização de gás biometano pode ter como resultado uma redução de CO2 até 95%. Mas independentemente do tipo de gás utilizado, a manobrabilidade dos motores a gás Scania está em linha com aquilo que os motores diesel convencionais podem oferecer em termos de binário e potência.

“O gás e, é claro, o biometano, em especial, têm particular interesse do ponto de vista europeu, dado o seu potencial de redução das emissões de CO2 e outras,” refere Eng. “Este motor é o ponto de partida da vasta oferta da Scania para um transporte sustentável aliado à nova geração de camiões.”